Veja abaixo as aparições da Cia Rodamoinho na mídia. Clique sobre a imagem para ampliar.


Críticas

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A graça da Cultura Italiana
Dib Carneiro Neto – 08 de Abril de 2010
fonte: Blog do Dib – Estadão

A Companhia Rodamoinho, que existe desde 2001 e já realizou espetáculos como Festa no Céu e Mãe D’Água, está com um ótimo espetáculo em cartaz no Teatro João Caetano. O nome já é engraçado:As Aventuras de Pepino. Pela primeira vez, Renata Flaiban e Fabiano Assis, atores e criadores do grupo, convidaram para a direção o talentoso Ednaldo Freire, da Fraternal Companhia de Artes e Malasartes.

Freire faz bonito. Mesclando música ao vivo, animação (bonecos) e muito humor, ele se delicia com a graça das tradições italianas e faz o casal de atores viver momentos impagáveis em cena, sobretudo nos números de clown, para os quais ambos parecem ter sido talhados.

De quebra, as boas sacadas de iniciação musical da plateia miriam são um atrativo extra da peça. Um homem banda, um bandolim napolitano de 100 anos e uma sanfona Scandalli de 32 baixos são três instrumentos raros na trilha ao vivo. Preste atenção neles. Muita percussão ajuda a animar o público, com a ajuda de palmas.

Renata é ótima, mas Fabiano Assis está arrasando, pois troca de personagens o tempo todo e cada um supera o anterior. Ele faz uma autêntica mama italiana, um padeiro português, um fruteiro japonês e um ferreiro.  Há uma envolvente brincadeira de trocarem de figurino à frente do público. E, nessa hora, Renata Flaiban briga para ser o menino Pepino, enquanto Fabiano Assis tem de ser a mama. É ótimo oferecer essa ambiguidade ao público, de forma tão descontraída e sem preconceitos. Afinal, para brincar não há limites. Não percam, vale a pena ir à Vila Clementino.


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Aventura Cativante
Kil Abreu – 25 de Agosto de 2010
fonte: FENTEPP

A Rodamoinho, Companhia de Fabiano Assis e Renata Flaiban, se apresenta com uma folha de muitos serviços já prestados ao teatro, apesar do tempo curto de vida. Espetáculos para crianças e adultos, intervenções de rua, performances, projetos de arte-educação. Esta atividade regular e em frentes múltiplas não diz tudo, claro, mas ajuda a compreender o traquejo e a sintonia da dupla em As aventuras de Pepino.

Em geral são os grupos em trabalho continuado que têm conseguido a afinação segura vista no espetáculo. É que o chamado teatro “de produção”, movido mais à base dos cronogramas e a partir de um princípio que é o da de rentabilidade, tende a diminuir o tempo dedicado à pesquisa artística. Isto tem conseqüências nos resultados que, neste caso, tendem a se apegar às fórmulas já testadas e a efeitos conhecidos.

No espetáculo da Rodamoinho é algo diferente o que acontece. Na história deste Menino maluquinho dos pobres (que precisa trabalhar para ajudar a mãe) chama a atenção o cuidado sempre especial com que são tratados os elementos que compõem a cena: dos diálogos aos adereços, dos arranjos musicais ao modo inusitado como são usados os instrumentos. Tudo é motivo de interesse e estimula o olhar curioso, a atitude empenhada em explorar aquelas novidades que, enfim, nos unem, crianças e adultos, em uma mesmo momento construtivo de prazer e criatividade.

O projeto da encenação é simples e lúdico. Não quer mimetizar situações e, ao contrário, desde o início oferece à platéia, sem fazer segredos, as chaves do teatralismo que vão tornar críveis uma passagem do dia para a noite e de novo para o dia em um canto do galo, em um aparecer repentino da lua, em um piscar de olhos. Objetos que são uma coisa e depois outra, atores que brincam com a representação do masculino/feminino, tudo contribui para a aceitação desta vida sempre reinventada a partir de uma lógica própria. É quando de repente descobrimos que aquele garoto aparentemente todo “errado” não está tão errado assim. O mundo, afinal , é também meio torto e pode ser uma coisa e outra a um só tempo. E, melhor, sem culpa, porque entre outras coisas boas o espetáculo tem esta idéia subliminar: a de desculpabilizar o erro e até mesmo ver valor nele.

Todas estas intenções não seriam possíveis não fosse a condução tranqüila, mas cativante, de Renata Flaiban e Fabiano Assis. Com o domínio de muitos recursos à disposição a dupla sabe usá-los em medidas certas para a sedução do seu público. Sem o artificialismo da animação, conquistam meninas e meninos em um passo após outro, entre uma entrada cômica e uma canção italiana. A música, por sinal, tem lugar fundamental na articulação do espetáculo: pontua as cenas, faz o papel da sonoplastia e, usando um cancioneiro cheio de sonoridades curiosas, é responsável pela amarração firme mas sem sobressaltos que o espetáculo oferece. As crianças…e os adultos agradecem.


 

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