Nossas apresentações em Itapissuma aconteceram à beira do Canal de Santa Cruz, de onde avistávamos o mar, a exuberante vegetação, o mangue, pescadores em seus barcos e a ponte construída pelos holandeses que liga a cidade à ilha de Itamaracá. O urubu brincava de voar no palco e as crianças viam, ao mesmo tempo, os rodeios dos urubus no céu. É para lá que o sapo sempre quer ir, participar da grande festa, escondido na viola, violão ou sacola do urubu. E dessa vez estávamos bem ao lado da igreja de São Gonçalo do Amarante, padroeiro dos violeiros. Havia jogo no palco e jogo na entrada da rua. Todos os dias encontramos senhores jogando dominó e outros sobre uma mureta, observando as partidas. A cidade tem diversas indústrias e é famosa por servir caldeirada de frutos do marAtores e jovens em Itapissuma-PE, como anunciado numa faixa, “nos tempos de crise R$ 10,00 a porção”. O fórum ficava bem atrás do caminhão-palco. Enquanto o sapo aprontava suas malandragens no espaço cênico, no espaço da vida quotidiana, por mais de uma vez, presos foram conduzidos ao fórum, algemados por policiais, bem ao lado do público. Coisa que só pode acontecer no teatro de rua, situação única compartilhada por todos que estavam por lá. Há muitas grades nas portas e janelas das casas. Fizemos seis apresentações e contamos com plateias cheias de crianças, jovens e adultos. Nossa próxima participação no projeto Conexão Sustentável Alcoa será em Divinolândia-SP.

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